domingo, 4 de dezembro de 2016

Preparai o caminho! - Evangelho Dominical (04/12)

Preparai o caminho do Senhor!


O Advento é tempo de preparação para receber o Salvador. É tempo de conversão! Daí o convite de João Batista a todos: “Convertam-se por que o Reino do Céu está próximo!” (Mt 3,2). O tempo é agora: “Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas!” (Mt 3,3).

João Batista prega a conversão. Esta significa colocar os passos nos passos de Jesus. E isto é um aspecto que caracteriza a vida cristã inteira. Quando acontece erro, um extravio, cumpre reconhecer o erro, dispondo-se a receber o dom de Deus, que perdoa sempre, que é infinitamente misericordioso e oferece a cura espiritual no Sacramento da Confissão.



Converter-se é renascer continuamente para a vida ressuscitada com Cristo. A existência do cristão deve ser uma conversão contínua. Não é somente purificar-se do estado de pecado, mas também progredir sempre. Ensina São Paulo: “Rogamos e vos exortamos no Senhor Jesus Cristo a que progridais sempre mais” (1Ts 4,1). O cristão convertido sabe que é um peregrino, como ser que vive debaixo da tenda em condição provisória, como pessoa que jaz sob a lei fundamental de uma mudança sempre mais profunda em busca de santificação pessoal.

João foi chamado o Profeta do Altíssimo por que sua a missão foi ir à frente do Senhor para preparar os seus caminhos, ensinando a ciência da Salvação a seu povo. João não desempenhará essa missão à procura de uma realização pessoal, mas concentrando-se em preparar para o Senhor um povo perfeito. Não se dedicará a ela por gosto pessoal, mas por ter sido concebido para isso. E irá realizá-la até o fim, até dar a vida no cumprimento da sua vocação.

Foram muitos os que conheceram Jesus graças ao trabalho apostólico do Batista. Os primeiros discípulos seguiram Jesus por indicação expressa dele e muitos outros se preparam interiormente para segui-Lo graças à sua pregação.

Diz João: “Eu sou a voz que clama no deserto: Preparai os caminhos do Senhor, endireitai suas veredas” (Mt 3,3). Ele não é mais do que a voz, a voz que anuncia Jesus. Essa é a sua missão, a sua vida, a sua personalidade. Todo o seu ser está definido em função de Jesus, como teria que acontecer na nossa vida, na vida de qualquer cristão. O importante da nossa vida é Jesus.

João Batista indica-nos também o caminho que devemos seguir. Na ação apostólica pessoal – enquanto preparamos os nossos amigos para que encontrem o Senhor –, devemos procurar não ser o centro. O importante é que Cristo seja anunciado, conhecido e amado. Uma preocupação de singularidade, a ânsia de sermos protagonistas, não deixaria lugar para Jesus. Sem humildade, não poderíamos aproximar os nossos amigos de Deus. E então a nossa vida ficaria vazia.


Hoje nós não podemos esquecer que somos testemunhas de Cristo. Nós somos testemunhas, mas que tipo de testemunhas? Como é o nosso testemunho cristão entre os nossos colegas, na família? Tem força suficiente para persuadir os que ainda não crêem em Jesus, os que não o amam, os que têm uma ideia falsa a seu respeito? São perguntas que poderiam ajudar-nos a viver este Advento, um tempo a que não pode faltar a dimensão apostólica.

Temos que dar testemunho e, ao mesmo tempo, apontar aos outros o caminho. Diz São Josemaria Escrivá: “Grande é a nossa responsabilidade, porque ser testemunhas de Cristo implica, antes de mais nada, procurar comportar-se segundo a sua doutrina, lutar para que a nossa conduta recorde Jesus e evoque a sua figura amabilíssima. Temos que conduzir-nos de tal maneira que, ao ver-nos, os outros possam dizer: este é cristão, porque não odeia, porque sabe compreender, porque não é fanático, porque está acima dos instintos, porque é sacrificado, porque manifesta sentimentos de paz, porque ama” (É Cristo que passa, nº 122).

O mundo não se abriu nem converteu ainda ao Evangelho. Por isso, soa ainda hoje, e mais atual do que nunca, a voz de João Batista que ecoa no Advento: “Arrependei-vos…” (Mt3,2).

Olhemos em direção ao Menino Deus que está para chegar! Hoje o mundo, muitas vezes, olha em outra direção, donde não virá ninguém. Muitos se acham debruçados sobre os bens materiais como se fossem o seu fim último; mas com eles jamais satisfarão seu coração. Temos que apontar-lhes o caminho. A todos.

Não é possível acolher "Aquele que vem" se o nosso coração estiver cheio de egoísmo, de orgulho, de autossuficiência, de preocupação com os bens materiais. Não bastam aparências, apenas de que somos cristãos porque recebemos o Batismo. A conversão deve ser comprovada pela ação.

Quais os caminhos tortos que devemos endireitar? Quais os frutos de conversão que Deus está esperando de nós, neste Advento, em preparação ao Natal?



Por Mons. José Maria Pereira

domingo, 20 de novembro de 2016

Cristo, Rei de Misericórdia - Solenidade de Cristo Rei

Nestes dias quando ligamos a televisão, vemos as manchetes dos jornais ou até mesmo abrimos o Facebook ou qualquer meio de comunicação nos deparamos com desgraças, tragédias, ódio, rancor, vingança, discórdia, entre outros. Tantas vezes essas experiências vão tirando a nossa esperança e nos fazendo insensíveis ou ainda normalizando tais acontecimentos.

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Contudo, essa não é a última resposta. Existe uma resposta maior: a misericórdia de Deus, que superabunda em nossas vidas. Seu amor ultrapassa todas as coisas porque Ele nos aceita como somos, nos quer com amor de Pai. Amor que é misericórdia, que não cessa de nos perdoar todas as vezes que caímos no pecado. É dessa forma que Ele vem ao nosso encontro e nos devolve a dignidade de sermos filhos de Deus. Cristo faz tudo isso por amor. Devolve-nos essa dignidade pelo amor.

Na solenidade de Cristo Rei a Igreja conclui o seu ano litúrgico e o Jubileu extraordinário da Misericórdia, promulgado pelo Papa Francisco. Com essas palavras ele conclui sua Bula Pontifícia: “Neste Ano Jubilar, que a Igreja se faça eco da Palavra de Deus que ressoa forte e convincente, como uma palavra e um gesto de perdão, apoio, ajuda, amor. Que ela nunca se canse de oferecer misericórdia e seja sempre paciente a confortar e perdoar. Que a Igreja se faça voz de cada homem e mulher e repita com confiança e sem cessar: «Lembra-te, Senhor, da tua misericórdia e do teu amor, pois eles existem desde sempre» (Sl 25/24, 6).”

Esperemos que esse ano tenha sido frutífero e nos tenha ajudado a recordar o amor de Deus para conosco, nosso amor para com o próximo e que tenha feito o nosso coração mais semelhante ao D’Ele. Que ao fechar a porta Santa em Roma nesse domingo, dia de Cristo Rei, Jesus nos conceda a graça de abrir as portas do nosso coração para esse Deus que é Rei de Misericórdia.


Por Ir. Carlos da Rocha, LC

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Tempo para Deus - A Liturgia das Horas

A Liturgia das Horas


Você sabia que a nossa Igreja possui uma grande riqueza
em sua liturgia, chamada de Ofício Divino?  


Sabia que a Igreja tem orações para serem feitas ao longo do dia? Você está prestes a conhecer as horas canônicas, quais são as orações e como rezá-las. Acompanhe também os próximos posts dessa série sobre a Oração da Igreja para conhecer cada vez mais!

Pois bem, todos sabemos que o calendário litúrgico já é incrível em sua divisão. Temos celebrações e ofícios para todos os dias. Outro tesouro que queremos falar hoje é o Ofício Divino, conhecido também como a Liturgia das Horas.

A vida de oração é importante para cada um dos cristãos. Entretanto, a oração em comunidade é tão importante que a Santa Igreja propõe aos fiéis que recitem os ofícios da Liturgia das Horas. É bastante comum essa oração nos institutos de vida religiosa e consagrada. Porém, nós leigos podemos e devemos também rezar. A oração deve fazer parte do nosso dia-a-dia. E ainda melhor rezar com textos sugeridos e rezados por toda Igreja, num espírito de unidade e um só coração e intenção.

Até a Sagrada Escritura mostra que desde o tempo dos apóstolos, existiam já fórmulas de oração para a comunidade. O principal objetivo e papel da Liturgia das horas é santificar todo o nosso dia e todas as atividades que realizamos.


Como a Liturgia das Horas é composta?


Individualmente ou em comunidade, inicia-se a oração com o invitatório: “Abri, Senhor, os meus lábios: E a minha boca anunciará o vosso louvor”.

Após a reforma de Concílio Vaticano II, as horas canônicas são:

- Ofício das Leituras, para ser recitado de madrugada; contudo, reconhecendo as necessidades de adaptação do homem moderno, a Igreja diz que pode ser recitado ao longo do dia, desde que se mantenha o caráter de vigília.

- Laudes ou Oração da Manhã, que é uma oração de louvor dado a Deus pela vida recebida. Atualmente composta de um Salmo, um hino do Antigo Testamento e um Salmo de louvor, de onde provém o nome. Existem alguns outros elementos nessa oração, mas o coração é este mencionado. É nesta hora canônica que se recita o Benedictus ou o Cântico de Zacarias.

- Hora média, que pode se desdobrar em mais três: tércia, próxima das 9h, sexta, próxima do meio dia, e noa, próxima das 15h. Elas podem ser recitadas como sendo uma só, para não multiplicar excessivamente os horários canônicos.

- Vésperas ou Oração da Tarde, composta por dois Salmos e um hino do Novo Testamento. Recita-se nessa hora o Magnificat, que é o Cântico de Nossa Senhora.

- Completas ou Oração da Noite, composta por um Salmo e o hino de Simeão.


Segundo a própria Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas, as Laudes e as Vésperas são as duas principais das orações para serem rezadas em Comunidade e seguem basicamente a mesma estrutura:

HINO - As orações começam com os hinos, que dão uma tonalidade própria a cada hora canônica.
SALMODIA - Em seguida, se recitam salmos, de acordo com a liturgia daquele dia ou hora.
LEITURA - Após, segue-se uma leitura da Sagrada Escritura, que pode ser breve ou longa. Se a oração estiver sendo rezada com o povo, pode haver uma breve homilia.
RESPONSÓRIO - Agora segue-se o canto responsorial ou responsório breve.
CÂNTICO EVANGÉLICO - Se é Laudes ou outra hora, reza-se o Benedictus, o cântico de Zacarias. Se é nas Vésperas, é o cântico de Nossa Senhora, o Magnificat. As antífonas de Benedictus e de Magnificat variam conforme o dia, o tempo litúrgico ou a festa.
Após, seguem as Preces, a Oração do Pai Nosso e a Oração Conclusiva.

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Uma particularidade para o Ofício de Leituras

O Ofício das Leituras quer dar ao povo, e muito especialmente aos que estão consagrados ao Senhor, uma meditação mais rica da Sagrada Escritura e das mais belas páginas dos autores espirituais (cf. Instrução, n°55). Existem aqui duas leituras, intercalando-se com salmos responsoriais. A primeira, tirada da Bíblia; a segunda, das obras dos Padres ou dos Escritores eclesiásticos, ou então uma leitura hagiográfica (dos textos sagrados). Nos domingos fora da Quaresma, nos dias dentro das oitavas da Páscoa e do Natal, nas solenidades e festas, após a segunda leitura com seu responsório, diz-se o hino Te Deum.

Uma particularidade para as Vésperas

Após a oração inicial, pode ser feito um tempo de exame de consciência e logo após se passa ao Hino. Depois da salmodia, há uma leitura breve e a seguir, diz-se o cântico evangélico Nunc dimíttis (Cântico de Simeão), com a respectiva antífona. Este cântico é, de certo modo, o ponto culminante de toda esta Hora litúrgica. E termina-se com uma das antífonas de Nossa Senhora. No tempo pascal, diz-se sempre Regina Caeli (Salve Rainha do Céu).

Gestos e posições na celebração comunitária

- Todos os participantes estão de pé:
a) durante a introdução ao Ofício e versículo introdutório de cada Hora;
b) durante o hino;
c) durante o cântico evangélico;
d) durante as preces, oração dominical e oração conclusiva.

- Todos escutam sentados as leituras, menos o Evangelho.

- Durante os salmos e cânticos, com suas antífonas, a assembleia pode estar sentada ou de pé, conforme o costume.

- Todos fazem o sinal da cruz, da fronte ao peito e do ombro esquerdo ao direito:
a) no princípio das Horas, quando se diz: Vinde, ó Deus, em meu auxílio;
b) ao começar os cânticos evangélicos, Benedictus, Magnificat, Nunc dimíttis.

- Faz-se o sinal da cruz sobre os lábios, no princípio do Invitatório, às palavras Abri, Senhor, os meus lábios.


Como vimos, a oração da Liturgia das Horas tem como único objetivo nos levar à santidade. Através dela podemos permanecer unidos a Cristo ao longo do dia, junto com toda a Santa Igreja. É um meio muito útil para santificar nosso dia e nossas ações.

Pode parecer longa e cansativa, mas faça o seguinte: quando for rezar a Liturgia das Horas, ofereça por alguma intenção, ou pense que está rezando por toda a Igreja que precisa, por aqueles que queriam poder rezá-la e não podem.

No próximo post, continuaremos a falar sobre a vida de oração. Vamos falar um pouco sobre os tipos de oração e o que a Igreja e os santos nos ensinam sobre eles. Até a próxima!



Fontes:
Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas. Encontre aqui em pdf.
Site do Padre Paulo Ricardo.


Por Thiago Silva

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Tempo para Deus - A vida de oração



E seu eu desse MAIS TEMPO para DEUS?

Que tal reservarmos um tempinho para nossa formação? Nós vamos ajudar você nessa árdua tarefa!
A partir desta 4ª feira (15/11) vamos iniciar uma série de postagens formativas sobre a vida de oração.
Abordaremos muitas questões interessantes que formam nossa fé católica e nos ajudam a entender mais sobre a oração.

“Oração é um íntimo diálogo de amor, estando muitas vezes a sós com Aquele que nos ama. A oração é deixar-se amar por Deus” (Sta. Teresa de Jesus)


Acompanhe! Estamos te esperando.

domingo, 13 de novembro de 2016

Permanecei firmes! - Evangelho Dominical (13/11)

A liturgia desse 33° Domingo do Tempo Comum tem como tema as realidades últimas da nossa existência.  Ao ver o povo admirado com a beleza do Tempo, Jesus os exorta acerca da necessidade de estarem se preparando cada vez mais para o dia em que essa realidade não mais existir.

- “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”.
Cristo não veio para a destruição. Veio para nossa Salvação. É nele que devemos esperar e confiar. Sua promessa de retorno após a sua ressurreição e ascensão aos céus é o que nos deve alegrar e motivar a viver numa vida reta e santa. A nossa preparação deve ser diária. Devemos viver o Reino de Deus hoje e sermos também sinais para aqueles que ainda não O conhecem.


- “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente!”
Nosso Senhor ainda faz menção aos supostos profetas que ainda hoje vem em ‘nome de Jesus’ para alertar a humanidade de Sua volta. Ora, Jesus sim voltará. Porém, Ele mesmo disse que ninguém saberá o dia e nem a hora, por isso nos pede a vigilância e a oração. Temos de estar preparados a qualquer hora para o nosso encontro como Deus, que há de vir e julgar os vivos e os mortos (2 Tm 4,10). Pois se o proprietário de uma casa soubesse a que hora viria o ladrão, se colocaria em sentinela e não permitiria que a sua residência fosse roubada (cf. Mt 24,43). Assim deve se portar o cristão a espera do Salvador.

“Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida! ”
Por fim, Jesus nos anima a permanecer firmes diante de todo sofrimento causado por admitir a fé nEle. É notável também até nos dias atuais uma perseguição da sociedade secularizada àqueles que relutam em querer viver suas vidas fundadas nos princípios cristãos. Declara-se uma guerra ideológica com o objetivo de derrubar os conceitos que vão contra ao mundo. Porém, como o próprio Cristo nos disse, é permanecendo firmes que ganharemos a vida. É com essa certeza que podemos esperar a vida eterna!


Por Thiago Silva

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Fim do Jubileu da Misericórdia - Início do Eu misericordioso

Sem pressa. O Jubileu Extraordinário da Misericórdia vai acabar. Porém, mais importante do que isso é você continuar a viver e a estender essa Misericórdia à todos.

Estamos há poucos dias do encerramento do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, aberto pelo Papa Francisco. Mas e aí, será que eu consegui aproveitar esse tempo extraordinário concedido para me aproximar dos meus irmãos e me aproximar dos sacramentos, ou seja: de Deus?

Imagem: http://elpueblocatolico.com/ano-de-la-misericordia-en-denver

No próximo dia 13 de novembro, domingo, as igrejas ao redor de todo o mundo vão encerrar o Ano Santo e as dioceses vão fechar as Portas da Misericórdia. Somente no dia 20 de novembro, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, lá em Roma na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco vai fechar a Porta Santa. Você conseguiu aproveitar tudo o que a Igreja ofereceu? As indulgências, os sacramentos, as obras de misericórdias... Tudo isso vai ficar como a marca deste Ano Santo. Porém, não queremos que fique apenas na memória, isso não pode ficar apenas na nossa memória!

A Misericórdia que veio ao nosso encontro é viva: está ressuscitada e não para de agir! O encontro que você teve com Jesus Cristo Misericordioso e Ressuscitado não passou - está aí, dentro de você, e não vai passar se você não deixar. Aquela Porta da Misericórdia pela qual você passou (e se ainda não passou, corre que dá tempo!) é o próprio Cristo, "Eu sou a porta" (10, 9).

Mas atenção: o encerramento do Ano Santo e o fechamento das Portas da Misericórdia não significam que a Igreja fechou a graça dos sacramentos ou a graça de Deus para com seu povo. Significa que este período especial de Graças que a Igreja nos concedeu acabou, mas a misericórdia de Deus continua a existir, como sempre existiu, e Ele continuará esperando as almas.

Por isso dizemos mais uma vez: o Ano Santo da Misericórdia pode ter seu encerramento, mas precisa ter gerado frutos no coração de cada um dos cristãos e de cada ser humano que teve contato com os cristãos espelhos de misericórdia. Essa obra de Deus foi criada para fazer de você, cristão, um espelho do amor de Deus. "Pelos seus frutos o conhecereis" (Mt 7, 16). O Para no início do Ano Santo abriu a Porta Santa justamente para ensinar a cada um de nós como devemos nos abrir para aqueles que mais precisam de nós e de Deus.

"Queridos amigos, não esqueçamos nunca que, nas pessoas necessitadas se encontra Jesus"
Papa Francisco

Obras de Misericórdia
Um dos meios de viver e espalhar a misericórdia durante este Ano Santo foi a prática das Obras de Misericórdia Corporais e Espirituais:

Obras de misericórdia espirituais:
1) Ensinar os ignorantes
2) Dar bom conselho
3) Corrigir os que erram
4) Perdoar as injúrias
5) Consolar os tristes
6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo
7) Rezar a Deus por vivos e defuntos

Obras de misericórdia corporais:

1) Dar de comer a que tem fome
2) Dar de beber a quem tem sede
3) Dar pousada aos peregrinos
4) Vestir os nus
5) Visitar os enfermos
6) Visitar os presos
7) Enterrar os mortos


Ainda dá tempo de fazê-las. Você tem toda a sua vida para praticá-las.

Termino essa matéria pedindo à Virgem Maria, Mãe de Misericórdia, que nos ajude a cultivar com esse amor de mãe o jardim que é a nossa alma, para fazer frutificar todas as graças que seu Filho Jesus Cristo semeou em nós. Ajuda-nos também, ó Mãe, a sermos espelhos do Amor Misericordioso de Deus para aqueles que nos olham.


Por Vitor Santos

domingo, 6 de novembro de 2016

O amor: caminho para a minha santidade! - Evangelho Dominical (06/11)

Evangelho da Solenidade de todos os Santos (São Mateus 5, 1-12)


Quem são esses? (1ª leitura - Ap 7, 13)
Essa poderia ser a pergunta central da liturgia de hoje. Quem são esses? De onde vieram?
Parte da resposta podemos encontrar na 2ª leitura: "Somos filhos de Deus!" (1Jo 3, 2)
Mas essa resposta vai além: estes são os que foram chamados por Deus à santidade. 



Estes são os que foram chamados a santidade. Mas TODOS nós fomos chamados à santidade. Agora a pergunta é mais difícil: o que é santidade? O que significa ser santo?

Para muitos, ser santo significa ser "canonizado", ser "santo de altar". Esse é um chamado, mas a santidade para a qual todos nós fomos chamados - no nosso batismo - é a santidade no nosso estado de vida. Quando Deus nos pede para sermos santos, nos pede que, em nossa vida, como quer que seja, vivamos nosso chamado, nossa missão; nos pede para morarmos mais perto do seu Coração. Casados, sacerdotes, religiosos, consagrados, celibatários, solteiros... não importa o estado de vida, o chamado é o mesmo, para viver plenamente isso que Deus preparou. Um pai ou uma mãe de família que vive seu casamento e cuida de sua família, cumprindo com os deveres que lhe são próprios, esse pai e essa mãe estão vivendo o chamado à santidade que receberam.


“Santo não é aquele que não cai,
santo é aquele que mesmo caindo não desiste de levantar”.
São João Paulo II


No Evangelho das Bem-aventuranças, o próprio Jesus Cristo, nosso modelo, nos mostra esse caminho para a santidade. É um caminho de amor, dado pelo próprio Amor. Esse caminho de amor poderia ser resumido em uma frase: "Bem-aventurados os que amam". Pode parecer contraditório - e realmente o é - que o evangelho das bem-aventuranças (onde se fala apenas de "cruz e sofrimento" nesta vida), seja um verdadeiro caminho de amor. E então somos chamados a seguir nossa vida por este doce caminho do amor!

Amor não é sentimento, é decisão, é missão, é ação e é escolha. Deus te escolheu para ser santo e hoje a decisão é sua: escolha-O como seu caminho, como seu Amor. Viva esse amor!






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