segunda-feira, 14 de abril de 2014

A Semana Santa, o Tríduo Pascal e o Tempo Pascal

"Toda a vida de Cristo foi um contínuo ensinamento: seus silêncios, seus milagres, seus gestos, sua oração, seu amor ao homem, sua predileção pelos pequenos em pelos pobres, a aceitação do sacrifício total na Cruz pela redenção do mundo, Sua Ressurreição constituem a atuação de sua palavra e o cumprimento da Revelação". Catecismo da Igreja Católica – 561.


Muitas pessoas hoje em dia não sabem que existe uma diferença entre esses dois tempos litúrgicos. A Semana Santa e, principalmente, o Tríduo Pascal são os dois conjuntos de celebrações que antecedem a festa da Páscoa, onde se inicia o Tempo Pascal. Nesse post, falaremos um pouco sobre a diferença entre esses tempos e sobre as celebrações em cada um deles.
           A Semana Santa é, na verdade, a última semana da Quaresma. Na verdade consiste nos dias que antecedem o Tríduo Pascal. Começa com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor.

Nesse dia, a Igreja recorda a entrada do Cristo em Jerusalém para realizar o seu mistério pascal. – Missal Romano

Procissão de Ramos

Nas Missas celebradas nesse dia, comemora-se essa entrada de Jesus Cristo em Jerusalém. Antecedendo a celebração, há a benção dos ramos e a procissão, onde a Igreja saúda Nosso Senhor com “Hosanas ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Jesus, rei de Israel, Hosana nas alturas!” (Mt 21,9). Essa Missa é marcada também com a leitura da Paixão da Paixão do Senhor.
 O Missal Romano indica então as Missas da Segunda-feira da Semana Santa, Terça-feira da Semana Santa e Quarta-feira da Semana Santa. Na Quinta-feira, a celebração que encerra a Semana Santa e, logicamente a Quaresma é a Missa do Crisma. Nessa Missa, celebrada na parte da manhã, cada Bispo concelebra com todos os padres de sua Diocese e são abençoados os santos óleos (o óleo do crisma, o óleo dos catecúmenos e o óleo dos enfermos – falaremos em outro post sobre eles). Durante a homilia dessa celebração, o Bispo exorta os sacerdotes à fidelidade aos seus ministérios e os convida a renovarem as promessas sacerdotais.

Papa Bento XVI durante a benção dos santos óleos
Rito do Lava-pés
Celebração da Paixão do Senhor
Vigília Pascal com o Papa Bento XVI



 Nessa mesma Quinta-feira, na parte da tarde, dá-se início o Tríduo Pascal com a celebração da Missa da Ceia do Senhor. Nesse dia, são celebrados os mistérios da instituição da Eucaristia e do sacerdócio e o mandamento do Senhor sobre o amor e a caridade fraterna. Faz parte da liturgia nesse dia o Rito do Lava-pés, onde o sacerdote repete o ato de Nosso Senhor na última ceia. Um fato interessante é como se essa celebração não houvesse um final. O sacerdote não dá a benção, convidando a todos à adoração eucarística, que pode se estender também à manhã da sexta-feira. A reserva eucarística é retirada do Sacrário nesse dia e guardada em outro local na igreja, voltando apenas após o fim do Tríduo Pascal.



No segundo dia do Tríduo Pascal, a Sexta-feira da Paixão do Senhor, temos a Celebração da Paixão do Senhor. Sempre na parte da tarde, por volta das quinze horas, a Igreja celebra o mistério de Jesus e sua humilhação e sacrifício na Cruz. Nesse dia, não há Celebração Eucarística, mas apenas a Comunhão, que é precedida da Liturgia da Palavra, com a leitura da Paixão do Senhor e da Adoração da Cruz. É costume também em muitas paróquias que nesse dia se faça uma grande Procissão do Senhor Morto.


Seguindo o último dia do Tríduo Pascal, o Sábado Santo também é um dia onde a Igreja não celebra nenhum Sacramento (exceto a Comunhão aos doentes) e permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e morte.  Encerra-se, portanto, o Tríduo Pascal.
Nesse mesmo sábado, a partir do começo da noite e antes do amanhecer do Domingo, a Igreja entre em alegria plena. Começa então o Tempo Pascal com sua primeira celebração, a Vigília Pascal. Essa celebração consta de grandes quatro partes, sendo elas a Celebração da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal e a Liturgia Eucarística. Mesmo sendo celebrada na noite do sábado, vale ressaltar que a Missa da Vigília é a verdadeira Missa do Domingo de Páscoa e da Ressurreição do Senhor.


Para a Celebração da Luz, todos os fiéis devem permanecer com velas que serão acesas com o fogo novo do Círio Pascal. É então feita a Proclamação da Páscoa, que é um grande hino de louvor. Na Liturgia da Palavra, há então uma proposta de sete leituras do Antigo Testamento e duas do Novo Testamento, trazendo então os principais relatos de todo plano da nossa salvação. Já na Liturgia Batismal, o sacerdote então convida todos a lembrarem e renovarem as promessas batismais. Ao final da vigília, segue então a Liturgia Eucarística, que é realizada como nas demais Missas.
No Domingo de Páscoa e da Ressurreição do Senhor, a Igreja toda está em festa, tanto é que se inicia a Oitava de Páscoa. Pra quem já viu aqui no blog, as oitavas são um período de oito dias em que se celebram as maiores festas litúrgicas. Daí segue-se o Tempo Pascal, que vai até a festa de Pentecostes.


Como vimos nesse post, a Liturgia da Santa Igreja Católica Apostólica Romana é riquíssima em símbolos e significados. Preparemos nossos corações para ressuscitar com Nosso Senhor Jesus Cristo e vivermos essa Páscoa!




Referências:

- Missal Romano;
- Instrução Geral do Missal Romano;
- Catecismo da Igreja Católica.


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