"Toda
a vida de Cristo foi um contínuo ensinamento: seus silêncios, seus milagres, seus gestos, sua oração, seu amor
ao homem, sua predileção pelos pequenos em pelos pobres, a aceitação do
sacrifício total na Cruz pela redenção do mundo, Sua Ressurreição constituem a atuação de sua
palavra e o cumprimento da Revelação". Catecismo da Igreja Católica – 561.
Muitas pessoas hoje
em dia não sabem que existe uma diferença entre esses dois tempos litúrgicos. A
Semana Santa e, principalmente, o Tríduo Pascal são os dois conjuntos de
celebrações que antecedem a festa da Páscoa, onde se inicia o Tempo Pascal.
Nesse post, falaremos um pouco sobre a diferença entre esses tempos e sobre as
celebrações em cada um deles.
A Semana Santa é, na
verdade, a última semana da Quaresma. Na verdade consiste nos dias que
antecedem o Tríduo Pascal. Começa com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor.
Nesse dia, a Igreja recorda a entrada do Cristo em Jerusalém para
realizar o seu mistério pascal. – Missal Romano
Nas Missas celebradas
nesse dia, comemora-se essa entrada de Jesus Cristo em Jerusalém. Antecedendo a
celebração, há a benção dos ramos e a procissão, onde a Igreja saúda Nosso
Senhor com “Hosanas ao Filho de Davi!
Bendito o que vem em nome do Senhor! Jesus, rei de Israel, Hosana nas alturas!”
(Mt 21,9). Essa Missa é marcada também com a leitura da Paixão da Paixão do
Senhor.
O Missal Romano
indica então as Missas da Segunda-feira
da Semana Santa, Terça-feira da
Semana Santa e Quarta-feira da
Semana Santa. Na Quinta-feira, a celebração que encerra a Semana Santa e,
logicamente a Quaresma é a Missa do
Crisma. Nessa Missa, celebrada na parte da manhã, cada Bispo concelebra com
todos os padres de sua Diocese e são abençoados os santos óleos (o óleo do crisma,
o óleo dos catecúmenos e o óleo dos enfermos – falaremos em outro post
sobre eles). Durante a homilia dessa celebração, o Bispo exorta os sacerdotes à
fidelidade aos seus ministérios e os convida a renovarem as promessas sacerdotais.
Papa Bento XVI durante a benção dos santos óleos
Rito do Lava-pés
Celebração da Paixão do Senhor
Vigília Pascal com o Papa Bento XVI
Nessa mesma Quinta-feira, na parte da tarde, dá-se início o Tríduo Pascal com a
celebração da Missa da Ceia
do Senhor. Nesse dia, são celebrados os mistérios da instituição da
Eucaristia e do sacerdócio e o mandamento do Senhor sobre o amor e a caridade
fraterna. Faz parte da liturgia nesse dia o Rito do Lava-pés, onde o sacerdote
repete o ato de Nosso Senhor na última ceia. Um fato interessante é como se
essa celebração não houvesse um final. O sacerdote não dá a benção, convidando a
todos à adoração eucarística, que pode se estender também à manhã da
sexta-feira. A reserva eucarística é retirada do Sacrário nesse dia e guardada em
outro local na igreja, voltando apenas após o fim do Tríduo Pascal.
No segundo dia do
Tríduo Pascal, a Sexta-feira da Paixão do Senhor, temos a Celebração da Paixão do Senhor. Sempre na parte da tarde, por volta
das quinze horas, a Igreja celebra o mistério de Jesus e sua humilhação e sacrifício
na Cruz. Nesse dia, não há Celebração Eucarística, mas apenas a Comunhão, que é
precedida da Liturgia da Palavra, com a leitura da Paixão do Senhor e da
Adoração da Cruz. É costume também em muitas paróquias que nesse dia se faça
uma grande Procissão do Senhor Morto.
Seguindo o último dia
do Tríduo Pascal, o Sábado Santo também é um dia onde a Igreja não celebra
nenhum Sacramento (exceto a Comunhão aos doentes) e permanece junto ao sepulcro
do Senhor, meditando sua Paixão e morte. Encerra-se, portanto, o Tríduo Pascal.
Nesse mesmo sábado, a
partir do começo da noite e antes do amanhecer do Domingo, a Igreja entre em
alegria plena. Começa então o Tempo
Pascal com sua primeira celebração, a Vigília
Pascal. Essa celebração consta de grandes quatro partes, sendo elas a Celebração
da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal e a Liturgia Eucarística. Mesmo
sendo celebrada na noite do sábado, vale ressaltar que a Missa da Vigília é a
verdadeira Missa do Domingo de Páscoa e da Ressurreição do Senhor.
Para a Celebração da
Luz, todos os fiéis devem permanecer com velas que serão acesas com o fogo novo
do Círio Pascal. É então feita a Proclamação da Páscoa, que é um grande hino de
louvor. Na Liturgia da Palavra, há então uma proposta de sete leituras do
Antigo Testamento e duas do Novo Testamento, trazendo então os principais
relatos de todo plano da nossa salvação. Já na Liturgia Batismal, o sacerdote
então convida todos a lembrarem e renovarem as promessas batismais. Ao final da
vigília, segue então a Liturgia Eucarística, que é realizada como nas demais
Missas.
No Domingo de Páscoa e da Ressurreição do
Senhor, a Igreja toda está em festa, tanto é que se inicia a Oitava de
Páscoa. Pra quem já viu aqui no blog, as oitavas são um período de oito
dias em que se celebram as maiores festas litúrgicas. Daí segue-se o Tempo
Pascal, que vai até a festa de Pentecostes.
Como vimos nesse
post, a Liturgia da Santa Igreja Católica Apostólica Romana é riquíssima em
símbolos e significados. Preparemos nossos corações para ressuscitar com Nosso
Senhor Jesus Cristo e vivermos essa Páscoa!
Referências:
- Missal Romano;
- Instrução Geral do Missal Romano;
- Catecismo da Igreja Católica.
Por Thiago Silva.
"Toda a vida de Cristo foi um contínuo ensinamento: seus silêncios, seus milagres, seus gestos, sua oração, seu amor ao homem, sua predileção pelos pequenos em pelos pobres, a aceitação do sacrifício total na Cruz pela redenção do mundo, Sua Ressurreição constituem a atuação de sua palavra e o cumprimento da Revelação". Catecismo da Igreja Católica – 561.
Muitas pessoas hoje
em dia não sabem que existe uma diferença entre esses dois tempos litúrgicos. A
Semana Santa e, principalmente, o Tríduo Pascal são os dois conjuntos de
celebrações que antecedem a festa da Páscoa, onde se inicia o Tempo Pascal.
Nesse post, falaremos um pouco sobre a diferença entre esses tempos e sobre as
celebrações em cada um deles.
A Semana Santa é, na
verdade, a última semana da Quaresma. Na verdade consiste nos dias que
antecedem o Tríduo Pascal. Começa com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor.
Nesse dia, a Igreja recorda a entrada do Cristo em Jerusalém para
realizar o seu mistério pascal. – Missal Romano
Nas Missas celebradas
nesse dia, comemora-se essa entrada de Jesus Cristo em Jerusalém. Antecedendo a
celebração, há a benção dos ramos e a procissão, onde a Igreja saúda Nosso
Senhor com “Hosanas ao Filho de Davi!
Bendito o que vem em nome do Senhor! Jesus, rei de Israel, Hosana nas alturas!”
(Mt 21,9). Essa Missa é marcada também com a leitura da Paixão da Paixão do
Senhor.
O Missal Romano
indica então as Missas da Segunda-feira
da Semana Santa, Terça-feira da
Semana Santa e Quarta-feira da
Semana Santa. Na Quinta-feira, a celebração que encerra a Semana Santa e,
logicamente a Quaresma é a Missa do
Crisma. Nessa Missa, celebrada na parte da manhã, cada Bispo concelebra com
todos os padres de sua Diocese e são abençoados os santos óleos (o óleo do crisma,
o óleo dos catecúmenos e o óleo dos enfermos – falaremos em outro post
sobre eles). Durante a homilia dessa celebração, o Bispo exorta os sacerdotes à
fidelidade aos seus ministérios e os convida a renovarem as promessas sacerdotais.
Papa Bento XVI durante a benção dos santos óleos |
Rito do Lava-pés |
Celebração da Paixão do Senhor |
Vigília Pascal com o Papa Bento XVI |
Nessa mesma Quinta-feira, na parte da tarde, dá-se início o Tríduo Pascal com a
celebração da Missa da Ceia
do Senhor. Nesse dia, são celebrados os mistérios da instituição da
Eucaristia e do sacerdócio e o mandamento do Senhor sobre o amor e a caridade
fraterna. Faz parte da liturgia nesse dia o Rito do Lava-pés, onde o sacerdote
repete o ato de Nosso Senhor na última ceia. Um fato interessante é como se
essa celebração não houvesse um final. O sacerdote não dá a benção, convidando a
todos à adoração eucarística, que pode se estender também à manhã da
sexta-feira. A reserva eucarística é retirada do Sacrário nesse dia e guardada em
outro local na igreja, voltando apenas após o fim do Tríduo Pascal.
No segundo dia do
Tríduo Pascal, a Sexta-feira da Paixão do Senhor, temos a Celebração da Paixão do Senhor. Sempre na parte da tarde, por volta
das quinze horas, a Igreja celebra o mistério de Jesus e sua humilhação e sacrifício
na Cruz. Nesse dia, não há Celebração Eucarística, mas apenas a Comunhão, que é
precedida da Liturgia da Palavra, com a leitura da Paixão do Senhor e da
Adoração da Cruz. É costume também em muitas paróquias que nesse dia se faça
uma grande Procissão do Senhor Morto.
Seguindo o último dia
do Tríduo Pascal, o Sábado Santo também é um dia onde a Igreja não celebra
nenhum Sacramento (exceto a Comunhão aos doentes) e permanece junto ao sepulcro
do Senhor, meditando sua Paixão e morte. Encerra-se, portanto, o Tríduo Pascal.
Nesse mesmo sábado, a
partir do começo da noite e antes do amanhecer do Domingo, a Igreja entre em
alegria plena. Começa então o Tempo
Pascal com sua primeira celebração, a Vigília
Pascal. Essa celebração consta de grandes quatro partes, sendo elas a Celebração
da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal e a Liturgia Eucarística. Mesmo
sendo celebrada na noite do sábado, vale ressaltar que a Missa da Vigília é a
verdadeira Missa do Domingo de Páscoa e da Ressurreição do Senhor.
Para a Celebração da
Luz, todos os fiéis devem permanecer com velas que serão acesas com o fogo novo
do Círio Pascal. É então feita a Proclamação da Páscoa, que é um grande hino de
louvor. Na Liturgia da Palavra, há então uma proposta de sete leituras do
Antigo Testamento e duas do Novo Testamento, trazendo então os principais
relatos de todo plano da nossa salvação. Já na Liturgia Batismal, o sacerdote
então convida todos a lembrarem e renovarem as promessas batismais. Ao final da
vigília, segue então a Liturgia Eucarística, que é realizada como nas demais
Missas.
No Domingo de Páscoa e da Ressurreição do
Senhor, a Igreja toda está em festa, tanto é que se inicia a Oitava de
Páscoa. Pra quem já viu aqui no blog, as oitavas são um período de oito
dias em que se celebram as maiores festas litúrgicas. Daí segue-se o Tempo
Pascal, que vai até a festa de Pentecostes.
Como vimos nesse
post, a Liturgia da Santa Igreja Católica Apostólica Romana é riquíssima em
símbolos e significados. Preparemos nossos corações para ressuscitar com Nosso
Senhor Jesus Cristo e vivermos essa Páscoa!
Referências:
- Missal Romano;
- Instrução Geral do Missal Romano;
- Catecismo da Igreja Católica.
Por Thiago Silva.
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