segunda-feira, 28 de abril de 2014

Meu Senhor e Meu Deus! - Evangelho Dominical (27/04)

Evangelho do 2º Domingo da Páscoa (São João 20, 19-31)


No segundo domingo de Páscoa, a Igreja nos faz meditar sobre a graça do Ressuscitado, descrevendo como Ele desencadeia em seus apóstolos uma vida nova e missionária.

O evangelho de João apresenta os discípulos reunidos, na tarde do primeiro dia da semana, dia da ressurreição, com as portas fechadas por medo aos judeus. Os discípulos ainda não haviam compreendido a ressurreição, sendo assim, sem o mestre se encontram desorientados e frustrados. 



O Ressuscitado se faz presente no meio de seus amigos e saúda-os com a paz e os envia: "A paz esteja com vocês. Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.’ Tendo falado isso, Jesus soprou sobre eles, dizendo: "Recebam o Espírito Santo. Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados."

Essas palavras e ação do Ressuscitado nos revelam que está acontecendo uma nova criação. O mesmo Espírito que Deus soprou na criação do ser humano para que este fosse um ser vivente, é o Espírito que Jesus sopra sob seus discípulos, capacitando-os, assim, para ser os seguidores de sua missão.

Tomé não estava com os discípulos neste momento e não crê no que seus companheiros lhes dizem, somente quando toca as chagas ele se rende em adoração: "Meu Senhor e meu Deus!". Cristo o repreende "Felizes os que acreditaram sem ter visto." O Ressuscitado inverte a lógica da fé, primeiro crer nele para depois poder vê-lo em nossos irmãos, na história, em nossa própria vida, até um dia chegar a vê-lo face a face na sua glória definitiva, que será também nossa, e de toda criação!

Que a nossa fé em Cristo ressuscitado anima-nos a ir ao encontro das pessoas e a dizer-lhes, de mil maneiras, diferentes que Cristo vive, que estamos unidos a Ele pela fé e permanecemos com Ele todos os dias, que Ele orienta e dá sentido à nossa vida.


Por Daiane Alcântara


domingo, 20 de abril de 2014

Ressuscitou! - Evangelho Dominical (20/04)

Evangelho do Domingo da Páscoa (São João 20, 1-9)


"Jesus ressuscita do sepulcro. A vida é mais forte que a morte. O bem é mais forte que o mal. O amor é mais forte que o ódio. A verdade é mais forte que a mentira. A escuridão dos dias anteriores dissipou-se no momento em que Jesus ressuscita do sepulcro e se torna, Ele mesmo, pura luz de Deus, isto, porém, não se refere apenas à escuridão daqueles dias. Com a ressurreição de Jesus, a própria luz é novamente criada. Ele atrai-nos a todos, levando-nos atrás de si para a nova vida de ressurreição e vence toda a espécie de escuridão. Ele é o novo dia de Deus, que vale para todos nós." Papa Bento XVI


A ressurreição de Cristo é a nossa esperança, nela esta explícito o amor de Deus por cada um de nós, um amor tão grande que o levou à morte, para nos restituir a vida! Cristo ressuscitado nos devolve a esperança transformando nosso medo em coragem. O coração humano quando se permite envolver por este amor Divino, torna-se fonte de luz de água viva.

Celebrar a Páscoa vai além de remissão e ressurreição, é confessar com o coração, gestos e palavras que Ele é o Senhor de nossa vida; configurarmos nosso caráter, pensamento, atos e palavras aos dele, é buscar as coisas do Alto; ter aquela coragem de sonhar grande, pensar grande, amar grande e mesmo assim ser pequeno.

Deixemo-nos ser invadidos pela alegria que confessa que Cristo ressuscitou, aleluia! E que façamos como os discípulos, que corramos em direção ao amor que vence a morte, a luz que vence a escuridão.


Por Daiane Alcantara

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Hosana ao Filho de Davi! - Evangelho Dominical (13/04)

Evangelho do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor (São Mateus 27, 11-54)


A Liturgia do Domingo de Ramos é rica em significado, retrata a missão do Servo Sofredor. Lembrando-nos que Cristo foi obediente ao Pai até a morte.

A iniciar por hoje, a Semana Santa propicia o recolhimento, a gratidão, a interiorização pela fé do imenso amor de Deus revelado por Jesus “que esvaziando-se de si mesmo, assumiu a condição de escravo e tornou-se igual aos homens (Fl 2, 7)”. Devemos compreender a obediência de Cristo não como submissão, mas como é pelo amor, o amor prevaleceu, a morte não matou o amor.

Para salvar a humanidade, bastaria que o Filho de Deus morresse por ela. Mas, ele quis passar pelas maiores amarguras morais, físicas e psicológicas que pode passar um ser humano: vítima da traição, ingratidão, humilhação, rejeição, do desprezo e chacota. Morreu por nós, mas escolheu a morte mais humilhante, a da crucificação, que era reservada aos membros mais inferiores e marginalizados da sociedade. A rejeição, paixão e morte de Jesus Cristo, têm sentido se compreendermos que o sofrimento embasado no amor leva a ressurreição, aí está o centro da fé cristã. A dinâmica do amor, impõe que só quem ama é capaz de doar-se livremente: “Se Cristo não ressuscitou, a vossa fé é inútil, e ainda estais nos vossos pecados (1Cor 15, 17)”. De fato, a marca do ser cristão não está na cruz, simplesmente, mas na ressurreição.

Por Daiane Alcantara


A Semana Santa, o Tríduo Pascal e o Tempo Pascal

"Toda a vida de Cristo foi um contínuo ensinamento: seus silêncios, seus milagres, seus gestos, sua oração, seu amor ao homem, sua predileção pelos pequenos em pelos pobres, a aceitação do sacrifício total na Cruz pela redenção do mundo, Sua Ressurreição constituem a atuação de sua palavra e o cumprimento da Revelação". Catecismo da Igreja Católica – 561.


Muitas pessoas hoje em dia não sabem que existe uma diferença entre esses dois tempos litúrgicos. A Semana Santa e, principalmente, o Tríduo Pascal são os dois conjuntos de celebrações que antecedem a festa da Páscoa, onde se inicia o Tempo Pascal. Nesse post, falaremos um pouco sobre a diferença entre esses tempos e sobre as celebrações em cada um deles.
           A Semana Santa é, na verdade, a última semana da Quaresma. Na verdade consiste nos dias que antecedem o Tríduo Pascal. Começa com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor.

Nesse dia, a Igreja recorda a entrada do Cristo em Jerusalém para realizar o seu mistério pascal. – Missal Romano

Procissão de Ramos

Nas Missas celebradas nesse dia, comemora-se essa entrada de Jesus Cristo em Jerusalém. Antecedendo a celebração, há a benção dos ramos e a procissão, onde a Igreja saúda Nosso Senhor com “Hosanas ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Jesus, rei de Israel, Hosana nas alturas!” (Mt 21,9). Essa Missa é marcada também com a leitura da Paixão da Paixão do Senhor.
 O Missal Romano indica então as Missas da Segunda-feira da Semana Santa, Terça-feira da Semana Santa e Quarta-feira da Semana Santa. Na Quinta-feira, a celebração que encerra a Semana Santa e, logicamente a Quaresma é a Missa do Crisma. Nessa Missa, celebrada na parte da manhã, cada Bispo concelebra com todos os padres de sua Diocese e são abençoados os santos óleos (o óleo do crisma, o óleo dos catecúmenos e o óleo dos enfermos – falaremos em outro post sobre eles). Durante a homilia dessa celebração, o Bispo exorta os sacerdotes à fidelidade aos seus ministérios e os convida a renovarem as promessas sacerdotais.

Papa Bento XVI durante a benção dos santos óleos
Rito do Lava-pés
Celebração da Paixão do Senhor
Vigília Pascal com o Papa Bento XVI



 Nessa mesma Quinta-feira, na parte da tarde, dá-se início o Tríduo Pascal com a celebração da Missa da Ceia do Senhor. Nesse dia, são celebrados os mistérios da instituição da Eucaristia e do sacerdócio e o mandamento do Senhor sobre o amor e a caridade fraterna. Faz parte da liturgia nesse dia o Rito do Lava-pés, onde o sacerdote repete o ato de Nosso Senhor na última ceia. Um fato interessante é como se essa celebração não houvesse um final. O sacerdote não dá a benção, convidando a todos à adoração eucarística, que pode se estender também à manhã da sexta-feira. A reserva eucarística é retirada do Sacrário nesse dia e guardada em outro local na igreja, voltando apenas após o fim do Tríduo Pascal.



No segundo dia do Tríduo Pascal, a Sexta-feira da Paixão do Senhor, temos a Celebração da Paixão do Senhor. Sempre na parte da tarde, por volta das quinze horas, a Igreja celebra o mistério de Jesus e sua humilhação e sacrifício na Cruz. Nesse dia, não há Celebração Eucarística, mas apenas a Comunhão, que é precedida da Liturgia da Palavra, com a leitura da Paixão do Senhor e da Adoração da Cruz. É costume também em muitas paróquias que nesse dia se faça uma grande Procissão do Senhor Morto.


Seguindo o último dia do Tríduo Pascal, o Sábado Santo também é um dia onde a Igreja não celebra nenhum Sacramento (exceto a Comunhão aos doentes) e permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e morte.  Encerra-se, portanto, o Tríduo Pascal.
Nesse mesmo sábado, a partir do começo da noite e antes do amanhecer do Domingo, a Igreja entre em alegria plena. Começa então o Tempo Pascal com sua primeira celebração, a Vigília Pascal. Essa celebração consta de grandes quatro partes, sendo elas a Celebração da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal e a Liturgia Eucarística. Mesmo sendo celebrada na noite do sábado, vale ressaltar que a Missa da Vigília é a verdadeira Missa do Domingo de Páscoa e da Ressurreição do Senhor.


Para a Celebração da Luz, todos os fiéis devem permanecer com velas que serão acesas com o fogo novo do Círio Pascal. É então feita a Proclamação da Páscoa, que é um grande hino de louvor. Na Liturgia da Palavra, há então uma proposta de sete leituras do Antigo Testamento e duas do Novo Testamento, trazendo então os principais relatos de todo plano da nossa salvação. Já na Liturgia Batismal, o sacerdote então convida todos a lembrarem e renovarem as promessas batismais. Ao final da vigília, segue então a Liturgia Eucarística, que é realizada como nas demais Missas.
No Domingo de Páscoa e da Ressurreição do Senhor, a Igreja toda está em festa, tanto é que se inicia a Oitava de Páscoa. Pra quem já viu aqui no blog, as oitavas são um período de oito dias em que se celebram as maiores festas litúrgicas. Daí segue-se o Tempo Pascal, que vai até a festa de Pentecostes.


Como vimos nesse post, a Liturgia da Santa Igreja Católica Apostólica Romana é riquíssima em símbolos e significados. Preparemos nossos corações para ressuscitar com Nosso Senhor Jesus Cristo e vivermos essa Páscoa!




Referências:

- Missal Romano;
- Instrução Geral do Missal Romano;
- Catecismo da Igreja Católica.


segunda-feira, 7 de abril de 2014

Ressurreição de Lázaro - Evangelho Dominical (06/04)

Evangelho do 5º Domingo da Quaresma (São João 11, 1-45) 


Hoje o evangelho nos propõe a reavivar a fé que recebemos no batismo; a chave para vida é a fé, pois todo aquele que a tem, mesmo que morto, vive e quem não a possui, mesmo que vivo já morreu.

A morte é um estado de ausência de relacionamento, sendo assim este estado pode nos acometer em qualquer momento da vida, e isso se dá quando somos egoístas e levados por este sentimento pecamos. O pecado é ausência de Deus, é a negação do amor. Assim como Caim matou por inveja seu irmão Abel, nós matamos as pessoas com gestos e palavras, atos e omissões, e pecando nos isolamos, deixando de amar, morremos espiritualmente, pois "o salário do pecado é a morte".

O amor nos impulsiona a viver, a sorrir, a amar, a nos dispor, a compreender o outro, a viver na gratuidade, assim como Cristo que vai ao encontro de Maria e Marta para chorar a perda do amigo, devemos agir da mesma forma nos abrindo para a pessoas, amando-as, respeitando-as, nos importando com seu bem estar.

Então o Senhor da Vida, faz com que Lázaro ressuscite dos mortos. Este é um dos sete sinais narrados pelo evangelho de João, um episódio que revela algo mais profundo sobre a identidade de Jesus. Para João, Jesus é vida e ressurreição; somente Ele pode superar as forças destruidoras desse mundo. Mais ainda: quem acredita em Jesus tem a vida eterna (João 17, 1-3).

Que nós aprendamos a amar, pois este é o caminho da verdadeira libertação, da felicidade, da paz e da vida plena.

Por Daiane Alcantara


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