Evangelho do 4º Domingo da Quaresma (São João 9, 1 - 41)
Progredindo em nossa caminhada quaresmal, compreendemos ainda mais o senso libertador e revolucionário de Jesus com as pessoas; ele mesmo disse "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento, porque em verdade vos digo que, até que passem o céu e a terra, não será omitido nem um só i, uma vírgula da Lei, sem que tudo seja realizado." (São Mateus 5, 17-18). Hoje o cego de nascença do evangelho, experimentou a cura física e espiritual; aquele que nada enxergava, depois do encontro com Cristo passa a enxergar a luz da fé, a possibilidade de uma nova caminhada.
E quantas vezes nós somos como este cego do evangelho, que vive nas trevas, se queixando de Deus e não tomamos posse da graça de ser D'Ele, de esperar e nos entregar totalmente a Ele. Talvez pela comodidade, assumamos uma postura de ateísmo ao invés que assumir a verdade: Cristo prefere os pecadores, os pobres e marginalizados. Aceitar esta verdade é não ser indiferente as dores do mundo, é mudança de dentro para fora, é buscar com toda alma, coração e entendimento este amor que preenche, faz feliz; é buscar com garra e persistência a santidade: levar Deus para todos os lugares, manifestar sua presença através de seus gestos e palavra; é ser dono de si: saber lidar com seu jeito de ser, de amar, de sentir, de pensar, de ter suas limitações e saber o que você pode e se disponibiliza aos outros.
O mundo hedonista, consumista e superficial não compreende isso! Ao questionarem o cego sobre a origem de Jesus, ele mostra-se livre, pois diz o que pensa; corajoso, pois não se intimida; sincero, pois não renuncia à verdade. Antes de se encontrar com Jesus, o cego é um homem prisioneiro das “trevas”, dependente e limitado. “Não sabe quem o curou…” Finalmente, encontrando-se com Jesus, que lhe pergunta: “Acreditas no Filho do Homem”, manifesta a sua adesão total: “Creio, Senhor”. Prostra-se e O adora.
Cego é todo aquele que possui uma imagem distorcida de Deus e da realidade. Peçamos a Deus que purifique nossos olhos, para que enxerguemos as necessidades do mundo, a beleza de cada amanhecer e a riqueza que é ser cristão.
Por Daiane Alcântara